sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O francês



Depois de passar algum tempo fazendo experiências com vinhos latino-americanos e exercitar meu paladar, resolvi que era hora de voltar a um clássico, afinal é a inauguração do meu blog!

Estava com vontade de tomar um francês. Sem medo, sem frescura. Disponível na seção de bebidas do Hiper São Paulo, em Cruz das Almas, existiam poucos.
Me decidi por um Côtes Du Rhône. Pelo que sei, essa denominação é bastante utilizada, importando no final das contas a casa em que o vinho foi fabricado. Este é da região de Borgonha, de La chapelle de Guinchay, já bem distante da costa sul da França, na verdade.

Note que, em roxo a direita, vemos a região conhecida como Côtes du Rhône. A esquerda, de onde saiu este francês. A denominação ultrapassa o território.


Trata-se de um blend (mistura) de uvas das variedades Syrah e Grenache. Esta ultima a segunda uva mais produzida no mundo, mas utilizada em corte e por isso de nome pouco conhecido, de uma maneira geral.
A Syrah é sem dúvida o carro chefe deste vinho. Uma uva capaz de produzir vinhos longevos e de qualidade, mas que fora da França só foi se popularizar na década de 1970. A origem da uva remota a histórias medievais, a Pérsia, Sicilia, cavaleiros cruzados. É um tanto polêmica. Fora da frança recebe destaque na Austrália, país onde é grafada como Shiraz (assim como na África do Sul) e se tornou bastante popular. No nordeste, tem se destacado visivelmente no vale do São Francisco, aonde chega a produzir duas safras por ano. Pessoalmente ainda não provei nada desta região. Apesar das características gerais, é reconhecida por sofrer graves alterações a depender do local onde é produzida (terroir). Por exemplo, enquanto na Austrália encontramos um vinho mais doce e maduro, na França encontramos um vinho mais ligado a especiarias. Indica-se acompanhar comidas “exóticas” e/ou apimentadas, como algo da culinária árabe e indiana. Nesses termos pensei, porque não comida baiana? Acredito que algo que leve gengibre e uma boa e perfumada pimenta caia bem. O gosto do dendê seria muito bem vindo, mas não sei se o vinho tem acidez o suficiente para acompanhar. Estou ansioso para testar.
Por enquanto, bebendo-o desacompanhado pude perceber que tem uma coloração intensa e brilhante, por ser um vinho jovem (2009). Consegui perceber nos aromas damasco, frutas maduras, ameixa e algo floral. Sou extremamente iniciante e intuitivo, convido vocês a experimentarem e dizer se concordam, pois posso estar completamente equivocado.  A acidez está boa, em minha opinião, suficiente para expressar a suculência da uva e abrir o apetite. Os taninos estão presentes, porém suaves apesar da pouca idade. Eu prefiro assim. O álcool está correto para mim, não produz tanto calor.
A garrafa custou pouco mais de R$30,00 e estou satisfeito com o resultado. Uma pena não ter um prato para acompanhar, porque esse vinho sem dúvida pede algo pra comer!

Na próxima postagem algum estabelecimento de Cruz em debate. Espero vocês!

3 comentários:

  1. Parabéns pelo Blog, o tema me interessa muito! rsrs Aproveito a oportunidade pra lhe dizer que escreve muito bem. Irei recomendar aos meus amigos.

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  2. Muito obrigado! O apoio no incício é muito inspirador. Obrigado mesmo.

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  3. Me lembrei muito de madame Sheyla! rs Sem comentários sobre a escrita, afinal essa eu já conheço! Adorei o blog, assim como adoro quando você vai pra cozinha,rs, sempre com muito bom gosto! ;)
    =**

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